Lembrança de um sonho da noite de 16/07/2018

"Noite dessas tive um sonho. Estava muito frio e eu domorei pra adormecer, assim que dormi sonhei que saia do corpo e acompanhada por alguém que não via e não sabia quem era e que mesmo assim parecia ser fraternal, um amigo de séculos... Ele me levou para o pico de uma montanha muito alto. O céu estava muito negro. Não avistava estrelas. Não fazia frio e nem calor. Uma amenidade, uma serenidade por mim nunca experimentada. Eu sabia que estava incalculavelmente alto, mas não sentia medo. Já não conseguia ver as luzes dos postes de iluminação, muito menos dos prédios mais altos. Estava realmente escuro. Muito escuro. Fui convidada a olhar a beleza daquela escuridão. Ia dizer que não conseguia ver nada quando lentamente algumas minúsculas luzes verdes se acendiam diante dos meus olhos incrédulos. Pisquei por diversas vezes. Era aos meus olhos falhos e humanos um gigantesco manto negro cravejado de minúsculas esmeraldas brilhantes. Quis indagar, descobrir qual jóia rara era esta, entretanto meus lábios não emitiam sons. Estava com o coração acelerado. Precisei fechar os olhos e inspirar e espirar profundamente por algumas vezes que não sei precisar quantas. Pedi a graça de não acordar. Abri os olhos e as luzes esmeraldas brilhantes estavam lá. Mas algo surpreendente acontecia. Essas luzes liberavam um fio muito tênue e verde que ao meu ver se assemelhava a uma fumacinha fina e firme. Confirmei o quanto meu vocabulário é rudimentar. Sem mais distrações voltei a observar a tal fumacinha fina e firme esverdeada que era liberada por cada esmeralda cravejada naquele negro manto. Elas subiam, subiam, subiam... Realmente eu estava muito acima. Entretanto via com a nitidez de quem estava ao lado. A certa altura esses fios de luzes iam se entrelaçando como se uma mão invisível tecesse um gigantesco emaranhado bem definido tal e qual uma manta de crochê. Não pude mais me conter indaguei mentalmente qual era a mágica divina que eu estava a presenciar. Como se a resposta viesse do meu cérebro por outra voz ouvi em alto e bom som: cada luz verde dessas representa alguém em algum lugar fazendo o bem que consegue fazer para outro ser. E porquê da manta de crochê? Indaguei, já sentindo um torpor, uma sonolência irresistível. Pude ainda ouvir... Todo bem realizado não importa onde, se eleva e se conecta com outro bem, assim uma rede de cura vai se formando e se fortalecendo... É preciso fazer o bem menina, é preciso fazer o bem... Fui sentindo um sono ainda mais profundo, um peso no corpo inexplicável, me senti  lentamente qual uma pena. Despertei em minha cama já amanhecendo e sem que eu conseguisse controlar banhei-me em lágrimas. Pensei muito antes de compartilhar esse sonho, mas no final escolhi que todos soubessem que o bem que praticamos é somado a outro e se fortalece. Esse sonho pode ser seu também.

 Drucila Milian