Desde janeiro já sabíamos da possibilidade de uma possível transferência, que foi confirmada nesta última sexta-feira. Meu esposo vai trabalhar em outra cidade. Foram três dias corridos com os preparativos e agora ele já viajou, o vou saiu ás 19:30, começamos uma nova fase.
Ainda estou "normal" afinal sempre passei por isto arrumar as malas, despedir, conversar por telefone, essas coisas que toda esposa que tem marido viajante vive.
Mas dessa vez algumas coisas marcaram a diferença, e agora aqui no quarto "sozinha", enquanto digito relembro algumas coisas que me faz sentir o peso da ausência.
Nos mantivemos tranquilos para não alardear as crianças, mas após a partida reuni-os, na sala, e expliquei que o papai foi transferido, mas como ele não tem lugar definido ainda não podemos mudar e ele também não pode retornar mais rápido como em outras viagens.
s três pares de olhinhos curiosos e assustados ficaram repletos de indagações e eu as respondi com naturalidade, sinceridade e carinho.
Assim tudo esclarecido e explicado, um a um foram tomar banho para se prepararem para dormir.
O meu filho mais velho, com 12 anos, o Luan foi tomar banho, mesmo com o chuveiro aberto identifiquei um soluço abafado, bisbilhotei, e ele estava chorando. Neste instante meu coração ficou em pedaços, mas com a força que ainda restava sorri e perguntei o que estava acontecendo.
E ele chorando me disse que já estava com saudades.
Conversamos e as coisas amenizaram, mas agora aqui, para vocês tenho que confessar que estou com um frio tremendo na barriga, um aperto no coração e um nó na garganta.
Não sei o que fazer, se vou conseguir, ufa...
Gostaria de possuir em mim o "tempo de Deus" que é tão divino e diferente do nosso...
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